Reflexão

As interessantes e complexas reflexões em Death Note

Nas últimas semanas o anime Death Note está sendo muito comentado, apesar de seu último episódio ter ido ao ar em 2007.  A popularidade atual se deve ao filme, lançado pela Netflix, um homônimo da obra original. Infelizmente o filme pouco lembra a animação mas, todo esse burburinho é uma ótima oportunidade para falar daquele que, na minha opinião, é o melhor de seu gênero. O entretenimento vai além do esperado, entrando em questões filosóficas muito interessantes (alerta: esse artigo tem spoilers a torto e a direito):

Já dizia o ditado popular: De boas intenções o inferno está cheio

Até uma pessoa bem intensionada pode cometer as maiores barbaridades:

O personagem principal, Light, adquire um poder extraordinário (eliminar quem quiser apenas escrevendo o nome da pessoa em um caderno) e resolve coloca-lo a disposição da humanidade, eliminando grandes criminosos para proteger inocentes. No decorrer da história a gente percebe que, apesar da intenção inicial ser ajudar as vítimas, os atos de Light são egoístas. A preocupação com a humanidade era somente uma desculpa para um ego gigantesco e uma megalomania desmedida.

Se um livro desses caísse em suas mãos: qual destino você daria?

Esse é o questionamento mais provocador de Death Note: o que você faria se ganhasse um caderno desses? Recusaria ou seguiria em frente? Caso você aceitasse, qual sua reação quando inocentes (como as pessoas que trabalham na polícia) te descobrissem? Com poder, até onde você iria moralmente?

 

O QUE É CERTO?

Tudo depende da sua visão e valores morais, então, os entendimentos variam bastante. Por exemplo: É certo matar bandidos? Não é certo matar bandidos? Após a morte de Light a criminalidade voltou a crescer. No mínimo vale a reflexão.

Ninguém se acha mau

Light se vê como um herói, apesar de ser o vilão. Ele justifica atos amorais em nome de um “bem maior”. E esse comportamento não está longe da realidade:

No fundo quase ninguém pensa ser do mal, até mesmo as pessoas más: elas justificam suas ações mais malignas e se veem como incompreendidas da sociedade.

Psicopatas não ficam bonzinhos

Nunca foi confirmado se Light de fato é um psicopata mas, ele bate perfeitamente com o perfil descrito pela psicologia: frio, sem emoções ou empatia, manipulador, megalomaníaco, narcisista, mentiroso compulsivo e entediado (psicopatas sentem muito tédio por experimentarem a vida de uma forma superficial). E se de fato Light for psicopata, ele é um dos personagens mais bem construídos que já vi. O autor manteve o perfil sociopata do inicio ao fim da história, mostrando como esses “predadores” são na realidade e sem cair na tentação de humaniza-lo.

Lembrando que a psicopatia ainda não tem cura, é um problema no desenvolvimento do cérebro (o sistema límbico, área cerebral responsável por processar emoções, não funciona normalmente nos psicopatas) então eles não amolecem, simplesmente são incapazes de processar emoções e atualmente nada pode mudar isso.

Ser ingênuo não é UMA BOA

Pessoas ingênuas, que se iludem a respeito do caráter e intenções das pessoas, são presas fáceis para os mal intencionados. Elas podem acabar como  Misa ou Takada: sendo usadas, manipuladas e descartadas.

Ninguém é totalmente bom

O personagem com a maior noção de ética na história é o pai de Light, o chefe de polícia Soichiro Yagami. De resto ninguém é 100%: uns melhores, se esforçando para serem boas pessoas, e outros piores. Mas ninguém está acima do bem e do mal, exatamente como na vida real. Ser uma boa pessoa dá trabalho e todos fazemos coisas das quais não nos orgulhamos.

O psicopata acaba de UMA forma humilhante

Algo vem me incomodando muito nos entretenimentos ultimamente: quase todos tendem a idolatrar personagens psicopatas, os humanizando e terminando suas histórias na trama de forma digna e superior. Mas Death Note acerta de novo: Light tem um fim trágico e humilhante, quebrando sua aura de personagem invencível.

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E você, percebeu outras reflexões bacanas na história? Escreva nos comentários que a gente acrescenta aqui no artigo (com os devidos créditos, é claro). E, que tal também já aproveitar para sugerir o tema da próxima analise? 🙂


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Comentários (3)

  1. Adorei essas reflexões, Death Note é um dos meus animes preferidos por toda a complexidade que ele carrega.
    Conheci esse blog hoje e já estou amando! Parabéns! ?

  2. Estou fazendo um trabalho para a escola sobre o comportamento de Light e você me ajudou muito! Obrigada 🙂

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