Uma mulher aproximou-se de um manancial: um pequeno espelho, tremeluzente e cristalino, entre as árvores do bosque. Quando ia mergulhar o cântaro na água, descobriu nela um apetitoso fruto rosado que lhe umedeceu a boca de desejo. Esticou o braço para pegá-lo, mas o fruto desapareceu nas ondas formadas pela água e só voltou a aparecer quando a mulher retirou o braço e a água se acalmou de novo.
O mesmo ocorreu nas três vezes em que ela tentou apanhá-lo. Então a mulher começou a tirar água com a idéia de esgotar o manancial e pegar o fruto que ela julgava estar no fundo. Trabalhou com empenho e quando praticamente tirou toda a água, o fruto tinha desaparecido.
Desiludida e frustrada por seu esforço inútil, estava a ponto de ir embora para casa quando ouviu que uma voz que lhe dizia:
– Por que você busca o fruto lá em baixo? O fruto está lá em cima!
A mulher ergueu os olhos e viu, pendurado num ramo sobre o manancial, o belíssimo fruto de seus anseios, fruto do qual só vira o reflexo.
A felicidade que você procura não será apenas um reflexo da verdadeira felicidade…?
Conto original da ilha de Zanzíbar, na Zanzânia, costa leste da África
Comentários